Vinopoly

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Screw-cap: tem certeza que é ecológico? (parte 1)

Segundo o Daily Telegraph e Jamie Goode, um brilhante wine writer londrino, a rolha de rosca é o acontecimento mais importante no mundo do vinho da última década.

Provável.

Pessoalmente nunca fui tão contrário ao uso do screw cap, mas também nunca fui tão a favor. Como consumidor de velho mundo tinha (e tenho ainda) certos preconceitos, mas enquanto o debate está ainda aberto, sem entrar no mérito da questão, tem uma coisa que me incomoda: a hipocrisia atrás da questão ecológica.

As vantagens alegadas pelos produtores que adotam o screw-cap são: ele impede a oxigenação, não é sujeito a Bouchonné (quando a planta de cortiça é atacada por um fungo que provoca aquele desagradável cheiro de mofo) e é mais prático na hora de abrir.

Mas, o ponto onde eles batem para convencer os consumidores que o screw cap é a rolha do futuro é a tal da questão ecológica. Tudo vale para a salvaguarda do nosso amado planeta, não é?

É, mas vocês têm certeza que é isso mesmo?

Vamos dar um passo atrás no tempo. Obviamente o motivo para o qual se começou a usar a rolha de rosca não tem nada a ver com a ecologia, mas sim com a economia.
No final da década de noventa a Austrália e Nova Zelândia precisavam de grande número de rolhas a baixo custo, mas reduzindo a qualidade das cortiças aumentava o risco de má vedação e de Bouchonné, o que obviamente não é bom para imagem das empresas. Foi assim que vários produtores se uniram, começando a usar esta rolha nunca usada antes para o vinho, a tal de screw cap, até se tornar hoje praticamente o sistema de vedação padrão naqueles Países.

No próximo post irão conhecer mais sobre esta história e descobrirão que ao contrário do que muitos afirmam, o uso deste tipo de rolha pode ir até em direção oposta à ecologia.

2 comentários:

  1. Mário, passando pra dar uma olhadinha no seu blog. Achei a postagem bastante interessante. Acho a Screw-Cap prática, mas, ainda prefiro a de cortiça, afinal, o ritual de abrir uma garrafa de vinho é uma delícia.

    Bjs

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  2. Leonor, concordo. Mas a questão vai além da ritualidade da rolha, como verá na continuação desta matéria no próximo post.
    Obrigado pela leitura.
    Abs!

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