Vinopoly

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Finalmente a hora do “bio-europeu”


Lamentamos mais de uma vez por aqui a falta de uma regulamentação para vinhos orgânicos na Europa, e, finalmente, foi aprovado neste mês em Bruxelas um novo regulamento! Já tinha passado da hora, e os parlamentares não podiam mais continuar ignorando a grande demanda do mercado de vinho orgânico, que pede regras bem definidas. 
De fato já a partir da safra 2012, os produtores que cultivam uvas sem tratamentos químicos ou manipulações na vinícola vão poder colocar no rótulo a especificação “vinho orgânico” e o logo “Bio” da União Européia, reconhecido em todos os Paises da União, que certifica oficialmente os ingredientes e os processos de produção utilizados. Uma mudança importante, pois até agora os produtores podiam rotular as garrafas apenas como “procedentes de agricultura biológica” (de uvas orgânicas) e não eram previstas normas especificas para o processo de vinificação.
Detalhe relevante: o novo regulamento prevê também a possibilidade de rotular como orgânicos vinhos de safras anteriores, uma vez, é claro, demonstrada a conformidade às regras.
Ganham os consumidores, pois vão ter certa garantia que o vinho orgânico tenha sido produzido conforme a regras mais rigorosas; e ganham também os produtores, que vão poder explorar um novo nicho de mercado, sobretudo para exportação.
Conforme estabelecido em Bruxelas, para poder aplicar o logo e a definição de “orgânico”, cada litro de vinho não poderá conter mais de 100 miligramas de sulfitos para tintos e 150mg para brancos e rosés.
Mas (sempre tem que ter um “mas”, né?), como previsto, nem todo mundo foi tratado da mesma forma: para os vinhos dos Paises da Europa Central e do Norte, que contenham uma quantidade de açúcar resíduo acima de 2g para litro, o limite tolerado de sulfitos aumenta para 120mg/l para tintos e 170mg/l para brancos e rosés.
Existem outras falhas: se tornou justamente obrigatório o uso de taninos naturais, mas isto não é previsto, por exemplo, para os chips de madeira, que, como vimos, são permitidos e podem receber também tratamentos químicos.
Enfim, certamente há alguém insatisfeito e melhorias a serem feitas, mas uma regulamentação definida já é um importante passo a frente, depois de 21 anos de luta, em direção de uma uniformidade de padrões internacionais que distingam um vinho orgânico de um convencional.

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