Vinopoly

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Milagre?! Pinot Noir supera a Cabernet Sauvignon nas preferências dos consumidores...

A rainha das uvas perdeu seu trono. Pois é, a Cabernet Sauvignon parece não ser mais a casta preferida dos consumidores, que estão a cada vez mais optando pela Pinot Noir. Não sabemos se é uma mudança definitiva, mas a tendência é certamente significativa. Pelo menos é o que diz o site Winesearcher.com, o maior motor de busca de vinho do mundo, num recente artigo que analisou as pesquisas dos usuários no último ano. Dentro das pesquisas pelas castas a Pinot ganhou com 11 milhões contra os 8 milhões da Cabernet,  e esta é já a segunda vez que isso acontece.
O resultado chama atenção e desperta algumas perguntas, tipo: o Robertinho Parker não influencia mais o mercado como antes? O consumidor médio evoluiu para uma variedade de uva que os lugares comuns definem como a mais adequada para um público mais educado, culto e consciente? Tinha razão o Miles (Paul Giamatti) do film Sideways quando declarava a superioridade dos vinhos da Borgonha sobre Bordeaux (bem, mais ou menos...enfim)?

Na base das mesmas pesquisas temos também outros dados interessantes. A Zinfandel (queridinha dos americanos) foi ultrapassada pela Syrah, já as uvas brancas continuam basicamente estável, com o domínio absoluto da Chardonnay, seguida pela Sauvignon Blanc num distante segundo lugar. A Riesling, embora elogiada pelos críticos e escritores de vinho (incluindo o humilde blogueiro aqui) não consegue subir, continuando como vinho de nicho para poucos apreciadores.
Mas voltando ao nosso duelo Cabernet X Pinot: você se identificou nessa tendência? No meu caso eu não troco um bom Pinot por nada (ou quase), de qualquer forma a minha partida pessoal seria Pinot x Nebbiolo. Já ao meu entender parece que no mercado brasileiro médio a luta seja entre Cabernet x  Malbec, com a Pinot quase ignorada, mas posso estar errado. O que você acha? 


2 comentários:

  1. Apresar de apreciar bons Cabernets, a cepa está longe de ser a minha preferida, lugar atualmente ocupado pela Sangiovese e seguido por Carmenere.

    Interessante a ascensão da Pinot Noir, uva temperamental que costuma se disfarçar de arapucas, especialmente quando passa por carvalho. Por outro lado, Pinots muito frutados podem parecer água. Talvez eu ainda esteja por provar grandes Pinots, sei lá.

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    Respostas
    1. Edward,
      Fico contente que você gosta de Sangiovese, não é algo comum por aqui e como bom italiano eu também adoro.
      Quanto á Pinot Noir o que digo sempre pode parecer clichê e até enochatice (oh nãaoo!), mas temos que falar em Borgonha, pois é um universo a parte e muito raramente pinots produzidos em outros lugares do mundo conseguem competir. O problema é que normalmente vinhos da Borgonha são caros e se for para gastar o consumidor médio brasileiro prefere investir num vinho encorpado/amadeirado/potente. Mas seguindo a ‘’evolução natural’’ todo mundo antes ou depois chega á Borgonha, considerado o último estádio para o conhecedor de vinho. Por outro lado temos que dizer que mesmo por lá nas denominações mais genéricas e abrangentes se encontra muito vinho mediano. Se ainda não provou, comece com um Gevrey-Chambertin, Chambolle-Musigny, Pommard, vai ver que terá outra visão.
      Muito obrigado pela leitura e pelo seu comentário.
      Abraço

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